quinta-feira, 30 de abril de 2009
O teatro que a vida é!
A preguiça é tão grande que pessoas têm já frases prontas que nem precisam pensar mais. Que nem, você ouve alguém te falando "aí é osso né brother", tipo, está pronto, nem pensou direito sobre, só passou pela cabeça "ah é algo difícil" então logo sai a resposta, teve um estímulo e respondeu a ele. Ou às vezes, que nem quando você pergunta o que a pessoa faz, ela responde e você automaticamente fala "ah é? Nossa que legal!", pode ser uma coisa bem besta ou que você acha nada a ver, mas você acaba falando, confesso que até eu faço isso às vezes. Tem também aquelas conversas classificadas como "conversa de vó" ou "conversa de tio", você não vê a pessoa por um tempo e quando a encontra, sempre, sempreeeeeeee têm a seqüência de perguntas "olha, como você cresceu” (claro a pessoa não te vê há uns cinco anos), "e o namorado/a?” (você nem namora), "e a escola" (você já se formou na faculdade), está tudo pronto! Até para marcar as coisas, você não vê a pessoa há milênios e quando encontra você fala "poxa, a gente precisa marcar de sair"... Por quê?! Você não vê a pessoa, não procura e não faz a menor diferença se ela está ou não presente na sua vida! O pior é que além das frases prontas tem também as respostas prontas, após ouvir isso a pessoa responde "nossa cara, temos sim, vamos marcar encontrar o pessoal muita saudade daquele tempo", aí depois dessa conversa super produtiva e sincera as duas pessoas saem sem ao menos pegar o telefone um do outro. Chega a ser desanimadora a convivência social. Nós respondemos a estímulos com respostas já esperadas, com respostas já esperadas e ações já esperadas, tudo é fácil de deduzir, de adivinhar, de saber. No meio dessa preguiça... ou melhor, involução, me pergunto, se a gente age como animais, responde como animais, nunca deixamos de ser animais e nunca deixaremos de ser, por que a vontade de parecer tão mais civilizados e evoluídos? Acho que a resposta está no teatro... temos nossos textos, papéis e tentamos interpretar o que queriamos ou não ser. Fazemos várias peças durante a nossa existência tentando ser melhores mas na verdade, como os animais que achamos que não somos, agimos por instintos. A grande maioria não passa de figurante da vida.
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